domingo, 4 de novembro de 2007
Sue Townsend, O diário secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4
[por Diogo, aluno da Escola Sec. José Gomes Ferreira. Texto publicado na revista Os Meus Livros]
Descobri este livro pouco tempo antes de fazer 14 anos — precisamente quanto tinha 13 anos e ¾ — e, desde as primeiras páginas, fiquei preso às confidências daquele adolescente borbulhento, introvertido, incompreendido, apaixonado, fascinado com as alterações que observa no seu corpo, crítico, preocupado em ajudar a humanidade e em aprender coisas novas, viciado em chocolates Mars, que tenta encontrar algum humor as situações tristes da sua vida familiar e que quer ser poeta.
A acção passa-se em Inglaterra, nos anos 80, mas este será um livro intemporal. Embora não me identifique com muitas das situações vividas pelo Adrian, e como eu certamente muitos outros adolescentes, este livro fala da família, da amizade e do amor, das borbulhas e das “hormonas aos saltos” tão comuns nesta fase da vida, da escola e dos professores, temas que estão sempre actuais.
“Há uma miúda nova na nossa turma (…) Não me perguntem porquê. Sou capaz de me apaixonar por ela.” Quem não tem, num dado momento, uma Pandora na sua vida, com quem sonha e fantasia, com quem gostaria de partilhar segredos, interesses, amor, alegrias e preocupações, origem de felicidade e esperança, de tormentos e insegurança?
“Apareceu-me uma borbulha (…) está cada vez maior (…) Não posso acreditar que ainda fique maior!”Quem não entende o sofrimento de Adrian perante aquelas erupções que teimam em aparecer nos sítios mais absurdos, e nos momentos menos oportunos, e que nos fazem recorrer a todo o tipo de cremes, pomadas ou mezinhas, na esperança de que desapareçam rapidamente?
“O Nigel acaba de sair (…) tivemos uma grande conversa”. Quem não tem amigos com quem desabafa e partilha opiniões, a quem recorre quando tem problemas ou com quem comemora momentos felizes?
“Vão-se divorciar (...) O meu pai perguntou-me com quem é que eu preferia viver (…) Eu disse com os dois.”Quantos não passam pelo mesmo drama, desejando que o tempo volte para trás e traga os momentos felizes e despreocupados da infância? Um ambiente familiar que felizmente não tenho, mas que reconheço ser uma realidade mais frequente. Como tenho sorte!
“O diário secreto de Adrian Mole”. Ainda não leram? Leiam. Um livro que começamos a ler e não queremos parar de ler. É fascinante!
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1 comentário:
Qual é o prémio para o visitante nº100?
Manuela Correia
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