terça-feira, 1 de janeiro de 2008

BARBI-RUIVO O MEU PRIMEIRO CAMÕES, de Manuel Alegre

ilustrações de André Letria



«Quando eu era criança, lembro-me de ver na minha casa e nas casas de pessoas de família ou amigas, normalmente na sala de visitas, um livro grande, encadernado, que se destacava de todos os outros. Nem sempre era da mesma cor, mas em todos eles havia o desenho de um homem com uma coroa de louros na cabeça e uma pala num olho. Um dia perguntei que livro era. – Este livro chama-se Os Lusíadas, é o nosso livro – disse meu pai – o livro dos portugueses. Foi escrito por Luís Vaz de Camões, o maior poeta português, acrescentou, apontando aquele homem de um só olho.»

Barbi-Ruivo: o Meu Primeiro Camões dá a conhecer, aos mais jovens e não só, a vida e a obra do maior poeta português. Escrito de forma inconfundível por Manuel Alegre, e ilustrado por André Letria, este livro transporta-nos ao universo camoniano e desperta o nosso encanto para a beleza e sensibilidade das palavras do poeta.
com ilustrações de André Letria.


(texto apresentado no site da DOM QUIXOTE)

Fora-da-Estante

Descobri este blogue por acaso, numa das minhas viagens pela net. Visitem-no. É muito interessante e visualmente até se parece com o Leituras, SA. Cliquem aqui.

domingo, 4 de novembro de 2007

Sue Townsend, O diário secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4



[por Diogo, aluno da Escola Sec. José Gomes Ferreira. Texto publicado na revista Os Meus Livros]
Descobri este livro pouco tempo antes de fazer 14 anos — precisamente quanto tinha 13 anos e ¾ — e, desde as primeiras páginas, fiquei preso às confidências daquele adolescente borbulhento, introvertido, incompreendido, apaixonado, fascinado com as alterações que observa no seu corpo, crítico, preocupado em ajudar a humanidade e em aprender coisas novas, viciado em chocolates Mars, que tenta encontrar algum humor as situações tristes da sua vida familiar e que quer ser poeta.

A acção passa-se em Inglaterra, nos anos 80, mas este será um livro intemporal. Embora não me identifique com muitas das situações vividas pelo Adrian, e como eu certamente muitos outros adolescentes, este livro fala da família, da amizade e do amor, das borbulhas e das “hormonas aos saltos” tão comuns nesta fase da vida, da escola e dos professores, temas que estão sempre actuais.
“Há uma miúda nova na nossa turma (…) Não me perguntem porquê. Sou capaz de me apaixonar por ela.” Quem não tem, num dado momento, uma Pandora na sua vida, com quem sonha e fantasia, com quem gostaria de partilhar segredos, interesses, amor, alegrias e preocupações, origem de felicidade e esperança, de tormentos e insegurança?

“Apareceu-me uma borbulha (…) está cada vez maior (…) Não posso acreditar que ainda fique maior!”Quem não entende o sofrimento de Adrian perante aquelas erupções que teimam em aparecer nos sítios mais absurdos, e nos momentos menos oportunos, e que nos fazem recorrer a todo o tipo de cremes, pomadas ou mezinhas, na esperança de que desapareçam rapidamente?
“O Nigel acaba de sair (…) tivemos uma grande conversa”. Quem não tem amigos com quem desabafa e partilha opiniões, a quem recorre quando tem problemas ou com quem comemora momentos felizes?
“Vão-se divorciar (...) O meu pai perguntou-me com quem é que eu preferia viver (…) Eu disse com os dois.”Quantos não passam pelo mesmo drama, desejando que o tempo volte para trás e traga os momentos felizes e despreocupados da infância? Um ambiente familiar que felizmente não tenho, mas que reconheço ser uma realidade mais frequente. Como tenho sorte!
“O diário secreto de Adrian Mole”. Ainda não leram? Leiam. Um livro que começamos a ler e não queremos parar de ler. É fascinante!

sábado, 3 de novembro de 2007

Rio das Flores é o novo livro de Miguel Sousa Tavares


Rio das Flores resulta de um minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica, que serve de pano de fundo a um enredo de amores, paixões, apego à terra e às suas tradições e, simultaneamente, à vontade de mudar a ordem estabelecida das coisas. Três gerações sucedem-se na mesma casa de família, tentando manter imutável o que a terra uniu, no meio da turbulência causada por décadas de paixões e ódios como o mundo nunca havia visto. No final sobrevivem os que não se desviaram do seu caminho.

Sevilha, 1915 - Vale do Paraíba, 1945: trinta anos da história do século XX correm ao longo das páginas deste romance, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil. Através da saga dos Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos, somos transportados para os anos tumultuosos da primeira metade de um século marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz à liberdade parece demasiado estreito e o preço a pagar demasiado alto. Entre o amor comum à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo e desconhecido, entre os amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam, dois irmãos seguem percursos diferentes, cada um deles buscando à sua maneira o lugar da coerência e da felicidade.


Há muito que esperava por este livro. Equador, primeiro romance de Miguel Sousa Tavares, é lindíssimo. Rio das Flores é o segundo romance de um autor que só agora se assume como escritor, mas não era preciso!

domingo, 28 de outubro de 2007

PEDRA FILOSOFAL, de António Gedeão

Este poema imortal de António Gedeão tornou-se mais conhecido quando foi musicado por Manuel Freire. Acede-lhe aqui.

LIVROS QUE RECOMENDAMOS. Envia as tuas sugestões para leiturassa@gmail.com.

A INAUDITA GUERRA DA AVENIDA GAGO COUTINHO, de Mário de Carvalho



O grande Homero às vezes dormitava, garante Horácio. Outros poetas dão-se a uma sesta, de vez em quando, com prejuízo da toada e da eloquência do discurso. Mas, infelizmente, não são apenas os poetas que se deixam dormitar. Os deuses também. Assim aconteceu uma vez a Clio, musa da História que, enfadada da imensa tapeçaria milenária a seu cargo, repleta de cores cinzentas e coberta de desenhos redundantes e monótonos, deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes, enquanto os dedos por inércia continuavam a trama. Logo se enlearam dois fios e no desenho se empolou um nó, destoante da lisura do tecido. Amalgamaram-se então as datas de 4 de Junho de 1148 e de 29 de Setembro de 1984.

Para saberes mais sobre este autor clica aqui.

ÉTICA PARA UM JOVEM, de Fernando Savater

É um livro destinado aos mais jovens. Faz pensar... Espreita aqui parte de uma entrevista com o seu autor.


SUL, de Miguel Sousa Tavares


Este é um livro de viagens, um livro de alguém que, como nos sonhos de infância, teve a sorte de partir tantas vezes com pouco mais que um saco de viagem e uma máquina de filmar ou de fotografar. (...) Nem sempre viajei para sul, mas nada vi de tão extraordinário como o sul. O Sul é uma porta de avião que se abre e um cheiro inebriante a verde que nos suga, o calor, a humidade colada à pele, os risos das pessoas, o ruído, a confusão de um terminal de bagagens, um excesso de tudo que nos engole e arrasta como uma vaga gigantesca. Apetece fechar os olhos, quebrar os gestos e deixar-se ir. Mas é justamente neste caos que eu procuro a lucidez do contador de histórias.
Miguel Sousa Tavares

O DIÁRIO DE ANNE FRANK

É um livro impressionante. Choca e assusta. É escrito na primeira pessoa por uma menina da tua idade em condições extremas. Não percas e visita o museu Anne Frank, em Amesterdão, através deste link